Após alertar meia dúzia de fabricantes de robôs domésticos, comerciais e industriais sobre quase 50 vulnerabilidades, pesquisadores de uma empresa de segurança cibernética disseram que apenas alguns dos problemas foram tratados. Essas falhas permitem que hackers invadam as máquinas para fazer com que se tornem agressivas ou espionem seus donos.

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O primeiro alerta veio em janeiro deste ano. Foi feito pelos pesquisadores Cesar Cerrudo e Lucas Apa, da IOActive. Eles notaram que robôs de companhias possuíam lacunas que permitiriam a ação de cibercriminosos e poderiam facilmente ser desativadas por eles.

Os dois voltaram ao assunto nesta terça-feira (22). Em um post, comentaram a situação. Afirmaram que não há sinais de que hackers exploraram as vulnerabilidades encontraram, mas que o fato de os robôs poderem ser invadidos facilmente e a ausência de resposta das fabricantes levantam questões sobre a permanência dessas máquinas em lares, escritórios e fábricas.

“Nossa pesquisa mostram provas de que mesmo os robôs não militares poderiam ser armados para causar danos”, disse Lucas Apa, em uma entrevista à agência Reuters

Ataques com chave de fenda

“Esses robôs não usam balas ou explosivos, mas microfones, câmeras, braços e pernas. A diferença é que eles estarão em breve ao nosso redor e precisamos assegurá-los antes que seja tarde demais”, disse Apa.

A IOActive publicou um vídeo em que mostra como é fácil invadir os sistemas do NAO, um robô da japonesa Softbank Robotics. Ao alterar algumas linhas de código, ele fazem o androide usar uma chave de fenda para desferir ataques. Como o intuito era demonstrar que os golpes não eram brincadeira, usaram como alvo um tomate.

Alguns dos fabricantes de robôs se defenderam, dizendo que corrigiram algumas ou todas as questões levantadas.

Os comentários de Apa vieram na esteira de uma carta assinada por mais de 100 especialistas em robótica pedindo que a Organização das Nações Unidas proíba o desenvolvimento de robôs militares assassinos, ou armas autônomas.